quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O Amor gera mudanças




O que é mudar?

Ao começar a escrever pensei comigo, o texto se chamará “o amor deve gerar mudanças”, mas quando
minha reflexão sobre o próprio amor voltou-se para seu significado mais profundo, na verdade, em sua
fonte única, o próprio Deus, percebi que não se trata de um simples dever, mas de uma consequência 
única, “o amor gera mudanças”.

Antes de falarmos em mudança é preciso definir a que mudança nos referimos.

Disse-lhe Nicodemos: “Como pode um homem nascer, sendo já velho? Poderá entrar uma segunda vez no 
seio de sua mãe e nascer?”... Não te admires de eu te haver dito: vós deveis nascer de novo. Jo 3, 4-7

“É preciso nascer de novo”, é essa a mudança que sempre devemos considerar válida em nossa vida.
Nascer de novo é passar pela páscoa. Morrer e ressuscitar. É esvaziar a nossa vida das coisas que nos
destroem e que nos distanciam do amor de Deus e passar a nos preencher com tudo aquilo que nos
conduz ao nosso fim último, a felicidade em Deus.

O amor portanto, gera mudanças, nos faz nascer de novo.

Qual meu papel na vida de alguém?

Não quero me atentar ao grande amor que Deus tem por nós, a maneira como Ele nos ama, mas quero
adentrar nas relações humanas e os objetivos que elas trazem consigo. Quero repensar nossas relações
com o próximo, o que nos motiva a começar uma aproximação e o que os mantém. Quero dar um
novo significado ao que consideramos importante e ao que de fato é importante.

“O amor é a alegria pelo bem: o bem é o único fundamento do amor. Amar significa querer fazer bem a 
alguém”. São Tomás de Aquino

“Querer fazer o bem a alguém” deve ser nossa primeira motivação ao entrar na vida de outra pessoa.
Devemos ser movidos pela vontade de fazer a diferença, de fazer o bem para o nosso próximo. Buscar
ser instrumento de acréscimo e não ser qualquer instrumento, mas um instrumento que não se canse de
ajudar, de partilhar, de contribuir e renovar.

Devemos olhar o nosso próximo atento as necessidade dele antes mesmo de olhar pra nossas.

Devemos olhar para nossa(o) namorado(a) e imaginar em que podemos ajudar aquela maravilhosa
pessoa, em que podemos fazer a diferença na vida daquela pessoa. Observar quais são as experiências
de vida  que nós temos  que podem contribuir cada vez mais e não nos limitar somente nisso, mas
buscar fora de nossas vivências outros conhecimentos que também possam ser úteis.

Precisamos imaginar que cada pessoa que passa pela nossa vida é como um vaso que foi modelado
mais ainda precisa de ajustes, de limpeza, de pintura. Um vaso que precisa ser valorizado, que precisa
ganhar um novo olhar diante da sociedade e que precisa acima de tudo renovar seu interior, nascer de
novo.

“Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.” Teresa de Calcutá

Não há outro motivo para estarmos na vida de uma pessoa que não esse. Transformar, mudar.Desconfie da vida em que as mudanças muitas vezes  permanecem apenas nas palavras. Ou
permanecem durante muito tempo estáticas ou contribuem para uma mudança contrária da qual
buscamos, uma mudança que não faça nascer, mas permanecer mortos em quem nós somos.

Nosso papel é muito importante

Há uma graça enorme em estar ancorado em Deus, graça que nos proporciona a paz que precisamos
para começar a nossa missão, fazer a diferença.

Como não pudessem apresentar-lho por causa da multidão, descobriram o teto por cima do lugar onde 
Jesus se achava e, por uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico.  Jesus, vendo-lhes a fé, 
disse ao paralítico: "Filho, perdoados te são os pecados." Mc 2, 2-7

“Vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados te são os pecados.”

Foi pela atitude de fé dos amigos que o paralítico recebeu a cura. Foi por meio da iniciativa dos
amigos, do esforço de outras pessoas que o paralítico pode chegar a Jesus, pode chegar até Deus.

Assim é o nosso papel tantas vezes na vida de outras pessoas. Pessoas que estão tantas vezes como o
paralítico, deixado de lado, sem poder se mover, sem poder chegar até Deus.

Faço referência a sermos também dóceis a ação do Espírito Santo que move a nossa Igreja. Sermos
corajosos, guiados pelo dom da Fortaleza que lança fora de nossa vida todo timidez, e muitas vezes
assumirmos o papel de uma pessoa chata e intrometida, que se adentra na vida das pessoas com todo
amor e com todo carinho, sem nunca querer julgar, mas apenas iluminar a vida das pessoas.

“Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade.” Teresa de Calcutá

Devemos também permitir que o dom a piedade se frutifique em nosso coração, para que a partir dele
possamos olhar com os mesmos olhos de Deus. Um olhar de piedade profunda que nos permita
enxergar as necessidades mais profundas de cada pessoa, bem como as mais superficiais.

E somente aqueles que estão amparados e certos em Deus são capazes de verdadeiramente amar, pois
como pode um médico sem preparo cuidar de um paciente? Ou como pode um paralítico ajudar um
outro a levantar?

Partilho um pouco do meu próprio viver. Não foram poucas as vezes que me atrevi, como todo amor,
entrar na vida das pessoas. Ir além da simples pergunta ‘como está?’ mas de fato de perguntar ‘como
posso fazer diferença em sua vida?’. E apesar do equívocos de muitas pessoas, tal pergunta sempre me
conduziu a adentrar cada vez mais na vida daquelas pessoas que permitiram.

Pude sempre falar do amor de Deus, da maneira como nos distanciamos por meio do pecado. Falar
que temos por meio de Jesus Cristo a graça de sermos santificados, precisamos apenas querer mudar
com a ajuda do Espírito Santo.

Realizei tantas vezes a catequese querigmática e tenho certeza que Deus entrou em todas as pessoas
com que tive a oportunidade de falar. Vejo tantos frutos, tantas partilhas e tantos agradecimentos que
dizem a mim, desde coisas simples como ‘me ajudou tanto a resolver tal dificuldade’ como
testemunhos que dizem ‘você fez parte do meu processo de conversão’.

“Nossa vida só tem valor se nos relacionamos com o próximo e essa relação só tem significado se faz a diferença” Jeovah Fialho

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