11. Para chegar a um conhecimento
sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável
no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes
do Concílio Vaticano II. Na Constituição apostólica Fidei depositum – não sem
razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio
Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um
contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...).
Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e
legítimo ao serviço da comunhão eclesial».[21]
É precisamente nesta linha que o
Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do
estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja
Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a
riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus
dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja,
desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o
Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja
meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua
vida de fé.
Na sua própria estrutura, o
Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos
grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali
se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na
Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental,
na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja.
Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque
faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a
doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for
colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.
12. Assim, no Ano em questão, o
Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da
fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão
determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a
Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes
Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos
crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados,
este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.
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