domingo, 28 de outubro de 2012

[7] Ano da Fé - Carta


14. O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18).

A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar o seu caminho. De facto, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que Se faz próximo nosso no caminho da vida. Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo, aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2 Ped 3, 13; cf. Ap 21, 1).

15. Já no termo da sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé» (cf. 2 Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo (cf. 2 Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.

Que «a Palavra do Senhor avance e seja glorificada» (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. As seguintes palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de luz sobre a fé: «É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas» (1 Ped 1, 6-9). A vida dos cristãos conhece a experiência da alegria e a do sofrimento. Quantos Santos viveram na solidão! Quantos crentes, mesmo em nossos dias, provados pelo silêncio de Deus, cuja voz consoladora queriam ouvir! As provas da vida, ao mesmo tempo que permitem compreender o mistério da Cruz e participar nos sofrimentos de Cristo (cf. Cl 1, 24) , são prelúdio da alegria e da esperança a que a fé conduz: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10). Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno (cf. Lc 11, 20); e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.

À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Outubro do ano 2011, sétimo de Pontificado.

BENEDICTUS PP. XVI

sábado, 27 de outubro de 2012

[6] Ano da Fé - Carta


13. Será decisivo repassar, durante este Ano, a história da nossa fé, que faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado. Enquanto a primeira põe em evidência a grande contribuição que homens e mulheres prestaram para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua vida, o segundo deve provocar em todos uma sincera e contínua obra de conversão para experimentar a misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos.

Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.

Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).

Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.

Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).

Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.

Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).

Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados.

Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

[5] Ano da Fé - Carta


11. Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. Na Constituição apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial».[21] 

É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.

Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.

12. Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.

De facto, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade.[22]

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

[4] Ano da Fé - Carta


10. Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De facto, existe uma unidade profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro acto, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e acção da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.

A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.

Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um acto da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.

A própria profissão da fé é um acto simultaneamente pessoal e comunitário. De facto, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Baptismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Baptismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”».[17]

Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.[18]

Por outro lado, não podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre».[19] Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para caminhar ao encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele mesmo não tivesse já vindo ao nosso encontro.[20] É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

[3] Ano da Fé - Carta


7. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho – «fortificam-se acreditando».[12] O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus.[13] Os seus numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um património de riqueza incomparável e consentem ainda que tantas pessoas à procura de Deus encontrem o justo percurso para chegar à «porta da fé».

Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.

8. Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.

9. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força».[14] Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada[15] e reflectir sobre o próprio acto com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.

Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Baptismo. Recorda-o, com palavras densas de significado, Santo Agostinho quando afirma numa homilia sobre a redditio symboli (a entrega do Credo): «O símbolo do santo mistério, que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as palavras sobre as quais está edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe, apoiada no alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e proferiste-lo, mas deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis repeti-lo nos vossos leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as refeições; e, mesmo quando o corpo dorme, o vosso coração continue de vigília por ele».[16]

terça-feira, 23 de outubro de 2012

[2] Ano da Fé - Carta


4. À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II,[3] com o objectivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese[4] e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um ano semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e colectiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca».[5] Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exacta consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar, confessar».[6] As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus,[7] para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.

5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar»[8], bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa».[9] Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».[10]

6. A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».[11]

Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. Act 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Baptismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afectos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que actua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de acção, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17).

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Semana Missionária


Mais uma vez a Paróquia Nossa Senhora de Fátima sai em missão: agora por ocasião da Semana Missionária.
A temática “Partilha a tua Fé” tem por objetivo chamar a atenção da Igreja para a importância da universalidade da missão que deve ser pensada para além das fronteiras do ser cristão, sejam elas geográficas ou não, ou seja, a Igreja missionária é aquela que está onde é necessário. Por isso, a Igreja Católica no Brasil e na América Latina convida, através da Campanha Missionária deste ano, toda a comunidade cristã a repensar o seu papel enquanto anunciadora do mandato de Jesus Cristo, “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19-20)”.
Faremos uma semana de Evangelização nas casas, no mesmo estilo já realizado durante a Campanha da Fraternidade e, recentemente, durante a Semana da Família, onde os agentes de pastoral receberão um livro contendo cinco temas. De posse dos temas, deverão ir às casas das quadras destinadas e, com antecedência agendarem com as famílias o dia que sua Pastoral, Serviço ou Movimento irá fazer uma espiritualização com aquela Família e seus convidados.
Em cada setor haverá uma Missa onde a organização ficará a cargo das Pastorais, Serviços e Movimentos e responsáveis pelas quadras, sendo que a Paróquia fará a divulgação nas missas, convidando as famílias que queiram receber a visita das Pastorais ou a celebração de Missa em sua casa, para agendarem na Secretaria Paroquial, de modo que, quando as Pastorais forem fazer o agendamento, passem na secretaria e priorizem essas casas.
Semana Nacional da Campanha Missionária 2012 na nossa Paróquia será realizada no período de 21 a 27 de setembro; sendo o início no dia 21 com a Missa de envio às 19h para todas as pastorais, serviços e movimentos e, dia 27, a Missa de encerramento às 19h, onde deveremos contar também com toda a comunidade; nas visitas devemos fazer esse convite para participarem do encerramento na Paróquia.
O Trabalho nas quadras se dará nos dias 22, 23, 24, 25 e 26 de outubro. Nesses dias, teremos celebração de missas. Nos dias das missas, o tema do dia será desenvolvido pelo celebrante - todo o trabalho de evangelização deverá estar concentrado na Missa, mesmo que seja o primeiro dia de evangelização daquela Pastoral.
Os coordenadores das Pastorais, Serviços e Movimentos deverão procurar a Secretaria Paroquial com antecedência para agendarem o dia da Missa na sua quadra e se organizarem na confecção de informativos a serem distribuídos na sua quadra, convidando para a missa e os encontros de evangelização e para o momento de encerramento na Paróquia no dia 27 às 19h.
Por Padre Sérgio Henrique A. Cardoso, OCS - Pároco


A Campanha Missionária é desenvolvida todos os anos no mês de outubro desde 1927. Seu ponto alto é o Dia Mundial das Missões, celebrado no penúltimo domingo do mês. Neste dia, a coleta da Santa Missa é destinada a um Fundo Mundial de Solidariedade para projetos da Igreja, como a sustentação de dioceses, abertura e manutenção de seminários, financiamento de obras sociais e assistência aos missionários em todo o mundo.
A Campanha chama à atenção dos cristãos o compromisso com a missão universal da Igreja. O tema deste ano pretende evidenciar o envio de missionários brasileiros aos cinco continentes, realidade ainda pouco conhecida.
A tarefa missionária continua urgente e sem fronteiras. O Brasil pode ajudar muito mais. A Paróquia Nossa Senhora de Fátima também se prepara para ir em missão nas casas, nos setores paroquiais, para celebrar a Semana Missionária e também a Santa Missa nas quadras.

E o Segue-me durante essa semana estará nos seguintes locais:

22.10.2012 --> QSD 16 casa 07 às 20hs.
23.10.2012 --> QSD 24 casa 02.
24.10.2012 --> QSD 12 casa 24 - Missa.
25.10.2012 --> QSD 16 casa 5.
26.10.2012 --> QSD 22 casa 2.

[1] Ano da Fé - Carta


CARTA APOSTÓLICA
SOB FORMA DE MOTU PROPRIO
PORTA FIDEI
DO SUMO PONTÍFICE
BENTO XVI
COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO DA FÉ
1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude»[1]. Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.[2] Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Através de um documento intitulado Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Porta Fidei o papa Bento XVI proclamou o Ano da Fé a ser realizado de outubro do ano de 2012 a novembro de 2012.

Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. Já em 1967, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um ano da fé para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu testemunho.

Paulo VI - idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, uma autêntica e sincera profissão da mesma fé. Quis ainda que a fé fosse confirmada de maneira individual e coletiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca (Paulo VI, Exort. ap. Petrum et Paulum Apostolos, no XIX centenário do martírio dos Apóstolos São Pedro e São Paulo (22 de Fevereiro de 1967): AAS 59 (1967), 196).

Diante de diversos fatores que caracterizam o nosso tempo, como o secularismo que se alastra no mundo, dos avanços científicos e tecnológicos que vivemos, tem se constatado uma terrível crise existencial da Fé.

O Papa analisa que nos dias atuais, a fé encontra-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm de uma mentalidade que reduz o conhecimento e a razão ao âmbito das conquistas científicas e tecnológicas.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Precisamos de 20 seguidores!!!


O Segue-me terá mais uma grande missão na Festa da Padroeira - Nossa Senhora Aparecida, que será celebrada na Esplanada dos Ministérios nesta sexta-feira (12). O movimento estará responsável após a missa pelo cordão de isolamento do Santíssimo e da imagem de Nossa Senhora Aparecida, e ao final, os seguidores ajudarão na desmontagem das decorações do palco principal.

 A Santa Missa será presidida pelo cardeal Dom José Freire Falcão, e concelebrada pelos demais sacerdotes da Arquidiocese, às 17h. Os seguidores de Brasília estão convidados para vestirem a camiseta do Segue-me para participar da grande festa da Igreja, que espera 60 mil pessoas na Esplanada.

 Após a celebração, os fiéis seguem em procissão pela Esplanada dos Ministérios, acompanhando a imagem da Padroeira. Serão três bênçãos concedidas: pelos doentes, pelos governantes e pelas famílias.


Precisamos de pelo menos 20 seguidores para ajudar no cordão de isolamento!

Você pode nos ajudar?
Mande um e-mail para posencontropnsf@gmail.com e confirme sua participação!
Contamos com você!!!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sou Seguidor (11)


Conheci o Segue-me, que até então chamava o de movimento, hoje a chamo de família, em 2003. Alguns primos e conhecidos já haviam feito o encontro e minha tia Bezinha (que não pertence ao movimento) sempre falava pra fazer a inscrição, só que nunca dei muita importância. Em 2005 conheci a Elaina na faculdade, que se tornou muito amiga e por providência divina ela já era seguidora, e todo ano ela e minha tia falavam “abriram as inscrições do segue-me” e eu como sempre fingia que estava interessada e não ia atrás, hoje eu sei por que demorei tanto a escutar o chamado, Deus estava me preparando e escolhendo as pessoas a dedo para colocar em meu caminho, em 2008 eu por vontade própria logo quando iniciou o ano, procurei saber quando abririam as inscrições o que eu não sabia era que tinha limite de idade para fazer o encontro, e por incrível que pareça esse era o último ano que eu podia fazer devido à idade.
Fiz o VIII Segue-me da PNSF, fui do círculo laranja (Irmãos do Sol), onde eu conheci os meus anjos, meu círculo era atípico a quantidade de membros era reduzida, mas o amor era triplicado, eu tinha no círculo irmãos e amigos (Lais, Milla, Bruninha, Karol, Raissa, Wilker, Léo e Xandy), dizem que padrinhos (Nina e Toddy) são como pais e os meus souberam exercer muito bem esse papel de orientação e os tios (Juá e Martinha) foram e ainda são minhas referências e é impossível não se emocionar quando olho para eles e vejo o pouquinho que eu sou hoje. No círculo eu fui descobrindo várias coisas e cada vez mais Deus me chamava e eu fingindo que não estava vendo.
Em 2009 fui chamada à primeira vez pra trabalhar, havia desistido da equipe faltando duas semanas para o Segue-me e na sexta-feira do encontro quando eu vi já estava lá na escola, até hoje eu não sei explicar o que aconteceu. No ano seguinte mais uma vez faltando poucos dias eu havia desistido, mas eu tenho certeza que nessas horas Deus me pega no colo e me leva para onde Ele quer, e o ano de 2010 pra mim foi o que marcou a minha caminhada, no domingo do encontro quando eu acordei, não conseguia me levantar da cama estava entrevada com uma dor enorme na coluna. Após a minha oração levantei com um pouco de dificuldade e fui para o encontro, chegando lá fui até a capela chorando de dor deitei e falei “Senhor eu não to pedindo para não sentir dor, só quero que o Senhor me dê forças para que eu não transmita tristeza ou desânimo aos seguimistas”, foi incrível, eu ainda com dificuldades para se levantar me retirei da capela e voltei a minha equipe, ao servir os jovens eu pulava sem se quer sentir dor, ali eu percebi o verdadeiro significado da palavra SEGUIDOR e me senti egoísta diante de tanto amor, me senti péssima por várias vezes ter pensado em desistir e ainda assim Deus estava ali me pegando no colo, me carregando e dizendo “Vem você é fruto do meu amor”. Em 2011 e 2012 fui da mesma equipe, que me proporcionou momentos únicos também, onde eu aprendi ser um pouco paciente (preciso aprender mais, rsrsrsrsrs), tive oportunidade de dar um testemunho durante o encontro sobre minha família. Deus colocou em meu caminho pessoas maravilhosas e como passamos mais tempos juntos em vista das outras equipes criamos vínculos mais fortes. 
Em 2010 logo após o encontro e toda aquela experiência vivida, entrei para equipe de pós encontro por que queria levar esse amor de Deus para outras pessoas de alguma forma e achava muito pouco eu me dedicar a isso um único final de semana do ano.
O Segue-me pra mim é uma família, dias amamos, dias ficamos magoados, tem sempre aquele parente chato, a tia fofoqueira, a prima intrometida, mas que você aprende a conviver e amá-lo, e vai ter um dia que vamos precisar sair de casa e levar para outros lugares tudo aquilo que vivemos ali.

Informações:
Nome: Chrisley Cartaxo
Idade: 24 anos
Profissão: Psicóloga
Fez o oitavo segue-me da PNSF
Foi seguimista do circulo Laranja 

Participações na PNSF
2009, 2010, 2011, 2012




Você conhece a sessão SOU SEGUIDOR do blog do Segue-me da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Taguatinga Sul - DF???

Nesta sessão seguidores do movimento na paróquia contam um pouco de sua trajetória dentro do movimento e o que ele representa em suas vidas.

Confira mais no endereço: segueme-pnsf.blogspot.com.br/p/sou-seguidor




Caso queira dar a sua contribuição mande e-mail para: posencontropnsf@gmail.com
Contamos com você!

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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O Amor gera mudanças




O que é mudar?

Ao começar a escrever pensei comigo, o texto se chamará “o amor deve gerar mudanças”, mas quando
minha reflexão sobre o próprio amor voltou-se para seu significado mais profundo, na verdade, em sua
fonte única, o próprio Deus, percebi que não se trata de um simples dever, mas de uma consequência 
única, “o amor gera mudanças”.

Antes de falarmos em mudança é preciso definir a que mudança nos referimos.

Disse-lhe Nicodemos: “Como pode um homem nascer, sendo já velho? Poderá entrar uma segunda vez no 
seio de sua mãe e nascer?”... Não te admires de eu te haver dito: vós deveis nascer de novo. Jo 3, 4-7

“É preciso nascer de novo”, é essa a mudança que sempre devemos considerar válida em nossa vida.
Nascer de novo é passar pela páscoa. Morrer e ressuscitar. É esvaziar a nossa vida das coisas que nos
destroem e que nos distanciam do amor de Deus e passar a nos preencher com tudo aquilo que nos
conduz ao nosso fim último, a felicidade em Deus.

O amor portanto, gera mudanças, nos faz nascer de novo.

Qual meu papel na vida de alguém?

Não quero me atentar ao grande amor que Deus tem por nós, a maneira como Ele nos ama, mas quero
adentrar nas relações humanas e os objetivos que elas trazem consigo. Quero repensar nossas relações
com o próximo, o que nos motiva a começar uma aproximação e o que os mantém. Quero dar um
novo significado ao que consideramos importante e ao que de fato é importante.

“O amor é a alegria pelo bem: o bem é o único fundamento do amor. Amar significa querer fazer bem a 
alguém”. São Tomás de Aquino

“Querer fazer o bem a alguém” deve ser nossa primeira motivação ao entrar na vida de outra pessoa.
Devemos ser movidos pela vontade de fazer a diferença, de fazer o bem para o nosso próximo. Buscar
ser instrumento de acréscimo e não ser qualquer instrumento, mas um instrumento que não se canse de
ajudar, de partilhar, de contribuir e renovar.

Devemos olhar o nosso próximo atento as necessidade dele antes mesmo de olhar pra nossas.

Devemos olhar para nossa(o) namorado(a) e imaginar em que podemos ajudar aquela maravilhosa
pessoa, em que podemos fazer a diferença na vida daquela pessoa. Observar quais são as experiências
de vida  que nós temos  que podem contribuir cada vez mais e não nos limitar somente nisso, mas
buscar fora de nossas vivências outros conhecimentos que também possam ser úteis.

Precisamos imaginar que cada pessoa que passa pela nossa vida é como um vaso que foi modelado
mais ainda precisa de ajustes, de limpeza, de pintura. Um vaso que precisa ser valorizado, que precisa
ganhar um novo olhar diante da sociedade e que precisa acima de tudo renovar seu interior, nascer de
novo.

“Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.” Teresa de Calcutá

Não há outro motivo para estarmos na vida de uma pessoa que não esse. Transformar, mudar.Desconfie da vida em que as mudanças muitas vezes  permanecem apenas nas palavras. Ou
permanecem durante muito tempo estáticas ou contribuem para uma mudança contrária da qual
buscamos, uma mudança que não faça nascer, mas permanecer mortos em quem nós somos.

Nosso papel é muito importante

Há uma graça enorme em estar ancorado em Deus, graça que nos proporciona a paz que precisamos
para começar a nossa missão, fazer a diferença.

Como não pudessem apresentar-lho por causa da multidão, descobriram o teto por cima do lugar onde 
Jesus se achava e, por uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico.  Jesus, vendo-lhes a fé, 
disse ao paralítico: "Filho, perdoados te são os pecados." Mc 2, 2-7

“Vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados te são os pecados.”

Foi pela atitude de fé dos amigos que o paralítico recebeu a cura. Foi por meio da iniciativa dos
amigos, do esforço de outras pessoas que o paralítico pode chegar a Jesus, pode chegar até Deus.

Assim é o nosso papel tantas vezes na vida de outras pessoas. Pessoas que estão tantas vezes como o
paralítico, deixado de lado, sem poder se mover, sem poder chegar até Deus.

Faço referência a sermos também dóceis a ação do Espírito Santo que move a nossa Igreja. Sermos
corajosos, guiados pelo dom da Fortaleza que lança fora de nossa vida todo timidez, e muitas vezes
assumirmos o papel de uma pessoa chata e intrometida, que se adentra na vida das pessoas com todo
amor e com todo carinho, sem nunca querer julgar, mas apenas iluminar a vida das pessoas.

“Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade.” Teresa de Calcutá

Devemos também permitir que o dom a piedade se frutifique em nosso coração, para que a partir dele
possamos olhar com os mesmos olhos de Deus. Um olhar de piedade profunda que nos permita
enxergar as necessidades mais profundas de cada pessoa, bem como as mais superficiais.

E somente aqueles que estão amparados e certos em Deus são capazes de verdadeiramente amar, pois
como pode um médico sem preparo cuidar de um paciente? Ou como pode um paralítico ajudar um
outro a levantar?

Partilho um pouco do meu próprio viver. Não foram poucas as vezes que me atrevi, como todo amor,
entrar na vida das pessoas. Ir além da simples pergunta ‘como está?’ mas de fato de perguntar ‘como
posso fazer diferença em sua vida?’. E apesar do equívocos de muitas pessoas, tal pergunta sempre me
conduziu a adentrar cada vez mais na vida daquelas pessoas que permitiram.

Pude sempre falar do amor de Deus, da maneira como nos distanciamos por meio do pecado. Falar
que temos por meio de Jesus Cristo a graça de sermos santificados, precisamos apenas querer mudar
com a ajuda do Espírito Santo.

Realizei tantas vezes a catequese querigmática e tenho certeza que Deus entrou em todas as pessoas
com que tive a oportunidade de falar. Vejo tantos frutos, tantas partilhas e tantos agradecimentos que
dizem a mim, desde coisas simples como ‘me ajudou tanto a resolver tal dificuldade’ como
testemunhos que dizem ‘você fez parte do meu processo de conversão’.

“Nossa vida só tem valor se nos relacionamos com o próximo e essa relação só tem significado se faz a diferença” Jeovah Fialho

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sou Seguidor (10)


Minha relação com o segue-me é uma relação de amor.
Primeiro veio a curiosidade, eu queria saber o que era esse tal de ‘movimento segue-me’ que tanto o Padre Moreira falava nas missas e meus pais em casa. Mas era um falar velado, o que aumentava a minha vontade em conhecê-lo.
Segundo, o primeiro encontro, uma mistura de ansiedade, nervosismo e expectativas. A timidez toma conta, mesmo você tentando se mostrar interessada. Fiz o 3ª segue-me da PNSF (2003), círculo azul, que contava com os padrinhos Edu e Fabiana e com os tios Carlinhos e Kátia.
Em terceiro, o encantamento, o tal de ‘movimento segue-me’ era diferente de tudo que já tinha feito antes, retiros, estudos bíblicos, grupos de jovens e tudo mais que uma adolescente ávida por conhecimento e fé procura, o que me deixou encantada e com os olhos brilhando.
Quarto, a empolgação, estava presente em todos os passos para me tornar uma seguidora, em todas as missas e compromissos afins. Existia dentro de mim aquela vontade de gritar ‘sou seguidor, sou fruto do amor de Deus’.
Quinto, a tal desilusão, o primeiro ano que trabalhei foi terrível, eis o primeiro momento em que pensei em desistir e abandonar o segue-me, mas uma força maior me impedia de desistir e dizer ‘não’ ao chamado.
Sexto, a conscientização, depois de chorar, ficar com raiva, xingar uns e outros, pensar em pedir pra sair, um sopro de sabedoria. Entendi que nada é perfeito, porque um movimento jovem seria!? Obviamente encontraria pessoas com intenções alheias às minhas e às propostas pelo movimento, mas onde não existe isso!?
Sétimo, a reconciliação, aprendi a apreciar as pessoas engajadas e preocupadas com o movimento e com as pessoas que são atingidas por ele.
Oitavo, o amor, ah o amor, momento em que você já não se vê desconectado ao segue-me, momento em que seus amigos estão, em sua maioria, dentro do movimento, momento em que suas orações se voltam para desconhecidos, mas parte da ‘família’, momento em que reuniões se tornam encontros entre amigos, momento em que ‘só eu posso falar mal, entendeu?!’.

Não tem como classificar ou enumerar a quantidade de experiências ótimas e enriquecedoras que o segue-me me proporcionou. Não teria como descrever o meu sentimento de gratidão e respeito pelo movimento e por seus membros. Mas acredito que todos são capazes de entender quando digo que é uma relação de amor.




Informações:
Nome: Elaina Oliveira dos Santos
Idade: 24 anos
Profissão: Psicóloga
Fez o terceiro segue-me da PNSF
Foi seguimista do circulo Azul

Participações na PNSF
2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012

Pós-encontro
Promoção e eventos: 2011, 2012
Formação: 2012







Você conhece a sessão SOU SEGUIDOR do blog do Segue-me da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Taguatinga Sul - DF???

Nesta sessão seguidores do movimento na paróquia contam um pouco de sua trajetória dentro do movimento e o que ele representa em suas vidas.

Confira mais no endereço: segueme-pnsf.blogspot.com.br/p/sou-seguidor




Caso queira dar a sua contribuição mande e-mail para: posencontropnsf@gmail.com
Contamos com você!

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