terça-feira, 24 de julho de 2012

Não desista do Amor.



O que chamamos de amor, tornou-se hoje uma das palavras mais utilizadas, cujos significados diversos nos auxiliam a compreender ou mesmo disturbar o que de fato muitas vezes dizemos e descrevemos.
Busco ressaltar um belíssimo conceito bíblico de amor que não se faz por meio de uma definição, mas de uma atitude.
“Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos amigos” – Jo 15, 13

A plenitude do amor está em entregar-se inteiramente a algo ou alguém por meio de uma escolha livre. E torna-se uma virtude quando habitual e firme.
Quão belo é aos outros


Sem dúvida alguma todos nós precisamos ser amados, ou mesmo reconhecidos que já o somos por Deus. Não há nada mais belo que sentir-se cuidado, amparado, acolhido, ouvido, respeitado, elogiado. E em situações mais diversas, encontrar alguém que seja capaz de retirar você de uma depressão ou mesmo guiar para fora de doenças, sofrimentos e vícios.
Lembro-me bem da passagem do Bom Samaritano em que é evidente a ausência do amor no desprezo ao pobre homem machucado.
“... um sacerdote e, ao vê-lo, passou longe...” – Lc 10, 31
“... o mesmo fez um levita” – Lc 10, 32
Mas também é clara a presença do amor e os frutos que ele gera.
“...pôs azeite e vinho das feridas e as atou.” – Lc 10, 34
“...conduziu a uma pousada e cuidou dele...” – Lc 10, 34


É importante enxergar a realidade de que há pessoas que nada fazem, pois assim sendo, tomamos sempre como partido a nossa necessidade de estar a frente e ajudar.
É preciso deixar de lado pensamentos como: “Outros o farão, já me esforcei demais...” pois sempre haverá alguém que precisa.
Se não formos como o bom Samaritamo, o que sobrará de muitos homens, ou mesmo que fim estes tomarão?
Muitas vezes somos as únicas pessoas na vida de alguém que sofre. Somos a pequena oportunidade dela ser amada e encontrar a felicidade.
Deixar de Amar, mata quem não se entrega e que não é amado.
O Amor não ilude, devemos nos preparar


São Paulo em sua primeira carta ao Coríntios descreve o amor por meio de virtudes.
Virtudes que não são simples de atingir, de consquistar, de manter. Mas são essenciais neste amor do qual vos falo.
Não é simples amar, é preciso esvaziarmo-nos de nós mesmos, inteiramente.
Precisamos contudo saber o que o amor nos exige antes de aceitar-mos esse dom. Precisamos saber o que teremos que renunciar, o que iremos receber em troca, pelo que passaremos. Não podemos tratar o amor como se fosse mais uma de nossas escolhas despreparadas e aleatórias. Temos que tratar o amor, como se tudo dependesse dele, como se tudo fosse por ele, como se nada mais houvesse sem ele.
Destaco nesta primeira carta o que tal amor espera de nós.
“Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará...” – I Cor 13, 7-8


Tudo desculpa, pois o amor também se faz no perdão. Perdoar mesmo que seja uma atitude repetitiva, sem dia nem hora para acabar. Assim também não é nossa vida? Vicíos e abomináveis problemas que escondemos e tratamos sempre do mesmo jeito? Devemos perdoar 70 vezes 7.


Tudo crê, pois de nada vale dizer que é eterno se nossas atitudes se esvaziam com o passar do tempo, ou mesmo com as possibilidades. Crer implica em sonhar, acreditar que algo seja possível, seja verdadeiro, mesmo diante de mentiras e outras implicações. Desacretidar é retirar a certeza de que O Amor, sendo Ele mesmo Deus é capaz até mesmo do impossível. De nada vale afirmar que Deus Tudo Pode, se na menor das situações (e digo menor porque vivemos tão pouco pra saber de tudo) jogamos tudo nas mãos da sorte.

Tudo espera, pois não há nenhuma mudança que passe por cima do homem. Todas elas passam por dentro, pelo coração do homem, de acordo com sua abertura, de acordo com sua entrega. O amor se faz presente por meio de ações, mas muitos são os corações fechados que demoram pra reconhecer este amor e se moldar em relação ao orgulho. O tempo de reconstrução e transformação passa pelo tempo de cada um. Alguns mais rápidos, alguns mais de devagar, mas de uma coisa é certa, o Amor age de maneira plena na vida de todas as pessoas e sabe com certeza esperar a decisão de cada pessoa.


Tudo suporta, pois somente quem amou sabe quanto prejuízo o amor muitas vezes trás ao nosso coração. Quantas humilhações muitas vezes vamos passar, quantas noites ficaremos sem dormir, ou quantas horas de angustia talvez nosso coração não passe. Aceitar amar alguém é aceitar antes de mais nada aquela pessoa por inteiro e isso inclui tudo aquilo que não gostamos em cada um delas. Tudo aquilo que nos machuca, tudo aquilo que nos faz ter lembranças ruins ou mesmo magoas não perdoadas. Tudo suporta, pois por amor somos capazes de deixar de lado nossos desejos, família, nossos sonhos e até mesmo nossa vida pelo nosso irmão. Por amor a ele, pelo bem dele.


O amor jamais acabará, pois nisso também consiste o amor bíblico do qual vos falo. Se um dia acabar, restará sempre dúvidas se houve realmente amor. Pois uma vez escolhido o Amor, para que se mantenha amor, suportaremos todas as coisas, seremos pacientes, creremos e desculparemos.
Não há como realizar essas 4 ações e ainda sim ‘querer’ escolher não amar.

O Amor sempre vale a pena
Ou como dizem alguns: o amor não vale a pena, vale a vida.
O amor sem dúvida vale todo nosso esforço, toda nossa entrega, vale todo nosso sofrimento, toda nossa tristeza, vale toda nossa humilhação, toda nossa vida.
Talvez me falte palavras de sabedoria para que compreendam isso com a razão, mas um homem que também era Deus, nos mostrou que pela experiência do Amor, tudo se transforma.
Não há como passar por uma humilhação e não se tornar mais humilde.
Não há como passar por um sofrimento e não sair dele mais forte, mais corajoso.
Não há como passar por um tristeza e não sair dela com uma sede maior de alegria e felicidade pelo mundo.
Não há como não mudar quando Amamos.

Reflexão
I Cor 13, 1-13 (Hino do Amor Cristão)






Por Jeovah Fialho, um servo amado por Deus que busca ser pleno no amor de Deus.

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